terça-feira, 30 de março de 2010

Como surgiram as bonecas

Elas são uma unanimidade entre as crianças há pelo menos 3 mil anos. E fazem sucesso tanto no Ocidente como no Oriente

 
Ningyô, bubba, panpina, ninot ou, em português, boneca. O conceito é simples e faz parte, há milênios, de culturas bastante diferentes entre si: desde os primórdios da civilização humana, objetos que representam seres humanos estão presentes nas brincadeiras de crianças de lugares tão distantes quanto Grécia e Japão.

Com feições meigas e que geralmente lembram a infância, esses brinquedos têm uma origem bastante antiga. Segundo o Museu da Infância de Londres, os seres humanos já as fabricavam por volta do ano 1300 a.C. É essa a data estimada das peças de madeira encontradas em tumbas egípcias. Detalhe: elas estavam enterradas em tumbas de crianças, o que sugere que esses eram já objetos infantis.

Da madeira ao plástico do mundo moderno, passando por porcelana, marfim e papel machê, as bonecas variam no material e no formato. No Ocidente, a boneca Barbie se tornou um dos maiores ícones, com sua forma esguia e loira, representante do ideal de beleza norte-americano. Gorduchas e pintadas a óleo, as matrioskas são um dos expoentes da cultura russa, com sua sucessão de bonecas, que vão se abrindo e desvendando novas formas e caras.

Coisa de menina?


Tradicionalmente, as bonecas são associadas às meninas, numa espécie de treino para a vida de mãe. Quer dizer, menino não pode? “É claro que pode”, afirma, categoricamente, a psicopedagoga Larissa Fonseca. “Tem pai que acha que a sexualidade da criança vai ser confusa se deixar o menino brincar de boneca ou a menina de carrinho”, explica a especialista. “Mas não tem nada a ver. As crianças têm de ser livres para usar as brincadeiras para imitar os adultos e experimentar possibilidades. É assim que elas terão um amadurecimento psicológico mais saudável”, diz. Ela completa: “Não tem essa de brincadeira de menino ou de menina. Brinquedo é coisa de criança e pronto”.

Adulto também pode


E não são só os pequeninos que gostam delas. Nos Estados Unidos, a UFDC (sigla em inglês para Federação Unida dos Clubes de Bonecas) reúne gente grande apaixonada pelos mimos. No Japão, as bonecas têm até um feriado só para elas. É o Hina Matsuri, ou “festival das bonecas”, comemorado em 3 de março. Nessa data, as meninas costumam ganhar um altar com peças de porcelana, um ritual que pede aos deuses proteção para que as garotas cresçam fortes e bonitas como as suas bonecas.

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