sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tudo sobre a cólica dos bebês

Depois do terceiro mês, passa. Até lá é preciso paciência e tranqüilidade

Vânya Fernandes


Beto Tchernobilsky
É fim de tarde e seu filho chora sem parar. E, como em todos os dias, no mesmo horário, você já checou a fralda, amamentou, agasalhou ou tirou o excesso de roupa. De nada adiantou. O choro continua intenso, mas de repente pára. Você respira aliviada. E, quando menos espera, começa tudo de novo. Cada vez mais estridente.

Quem já passou pela situação sabe: é uma cena típica de um recém-nascido sofrendo com as famosas e temidas cólicas. Esses são os sinais mais comuns da dor abdominal que atinge 75% dos bebês nos primeiros três meses de vida, geralmente no início da tarde ou durante a noite. Sempre no mesmo horário.

E não estão associadas a nenhuma doença. São um mero problema fisiológico, comum em recém-nascidos, que têm um sistema digestivo ainda imaturo, até por falta de experiência. Quando o bebê mama, os intestinos contraem e relaxam, provocando as cólicas, que podem durar cerca de três horas. Também há estudos que relacionam as cólicas à alimentação da mãe. E ainda é possível que o bebê não esteja sugando corretamente o peito e engolindo muito ar durante a amamentação.

Porém, o sentimento dos pais influencia – e muito – a vida do bebê. Se eles ficarem nervosos e inseguros, passam esses sentimentos ao bebê, que, por sua vez, fica ainda mais aflito. Dependendo do comportamento dos pais, as cólicas podem piorar, sim. Os pediatras são unânimes: o comportamento da criança é um reflexo do meio em que vive.


Sinais de cólica

- O bebê chora sem parar
- Ele se contorce e flexiona as perninhas em direção ao abdome
- A barriga fica endurecida
- A criança solta gases
- O rosto fica avermelhado
- As mãos ficam com os punhos fechados
- A expressão do rosto é de dor e sofrimento

Até quando o bebê vai ter?

Esse mal-estar dura em média três meses. Tempo que o organismo do bebê leva para amadurecer o mecanismo da digestão. Faz sentido. Aos 3 meses, o bebê completa um ciclo de 12 meses desde a fecundação, ou seja, 1 ano de vida, se contarmos a vida intra-uterina. Ele deixa de ser um “RN”, como são conhecidos os recém-nascidos. É por isso que no quarto mês, cérebro e intestinos já se entendem melhor e as cólicas deixam de ocorrer.

Na hora do choro, não faltam palpites. Algumas dicas são válidas para evitar o sofrimento do bebê. Confira as mais importantes.

Muita calma nessa hora
Mantenha-se tranqüila para que o bebê sinta-se seguro e protegido em seu colo.

De bruços
Deixe, algumas vezes por dia – sempre que puder supervisionar o sono – o bebê deitado de bruços para facilitar a eliminação dos gases. A retenção do ar na barriga provoca dores.

Cocô em dia
O intestino preso é uma das causas das cólicas. Se seu filho estiver com muita dificuldade de evacuar, peça orientações ao pediatra.

Sem engolir ar
Ao amamentar, evite que o bebê engula ar. Isso provoca a formação de bolhas que, quando chegam aos intestinos, contribuem para as cólicas. Observe também se ele está mamando corretamente. Ele não faz barulho e não aparecem covinhas no canto da boca. Se isso ocorrer, ele está “chupetando”, ou seja, brincando com o mamilo como se fosse uma chupeta. Nesse caso, em vez de mamar, ele está engolindo ar. Isso pode acarretar cólicas. Para a mãe saber se o bebê está sugando perfeitamente, ela deve observar se ele mexe todo o maxilar e os lóbulos das orelhas.


Veja a seguir três opções de posições para impedir que o bebê engula ar durante a amamentação.

- Padrão – A barriga da mãe deve estar colada à barriga do bebê. A mão dela fica encaixada no bumbum da criança e sua cabeça deitada no meio do braço da mãe. As narinas do bebê devem estar sempre livres para que possa respirar bem enquanto mama.

- Invertida – A mãe encaixa o filho como se ele estivesse transversal embaixo do braço, com as pernas para trás do corpo da mãe. Com a outra mão livre, ela controla a cabecinha do bebê. Esse tipo é ideal para quando a mãe está com o mamilo machucado. Também vale se o bebê acostumou-se apenas com um dos seios.

- Bebê sentado – A criança fica sentada de frente para a mãe. Amamentando assim, os mamilos feridos também são poupados.

Importante!
Após mamar, o bebê deve arrotar com o corpo bem esticadinho. Em seguida, coloque-o para dormir de lado, para evitar a regurgitação.

Como é impossível evitar as cólicas, o melhor é estar preparado para elas. Tenha em mente que as dores que o bebê sente são passageiras e significam amadurecimento do organismo. E os pais ajudam muito se ficarem tranqüilos e acolherem o pequeno. Colo, massagem e carinho são fundamentais nessa hora.



Veja algumas dicas que podem amenizar a dor e acalmar o bebê no momento da cólica:

- Deite-o de bruços e embale-o no braço.
- Outra maneira é colocar a barriguinha dele em contato com o seu abdome: calor e aconchego ao mesmo tempo são imbatíveis!
- Aquecer o local traz conforto. Use um paninho esquentado a ferro ou opte por uma bolsa de água quente, pode ser aquelas que são aquecidas no forno de microondas. Tome cuidado para não deixar esquentar demais e nunca encoste a superfície quente direto na pele da criança. Coloque a bolsa sobre a roupa ou uma toalha.
- Fique com o bebê em um ambiente aconchegante, à meia luz e, se puder, escolha uma música relaxante.
- Apesar de o peito acalmar a criança, evite amamentá-la, pois a sucção estimula as contrações intestinais, que agravam as dores.
- Massagens na barriga ajudam a soltar os gases. Passe a mão, se quiser com um pouquinho de óleo de bétula ou de amêndoa, em movimento circulares. Isso aquece o local e acalma o pequeno.
- Exercícios com as pernas também contribuem para diminuir as dores e soltar gases. Deite o bebê de costas e flexione as suas perninhas sobre o adbome.
- Caso as cólicas continuem intensas, pode-se recorrer a um medicamento antiespasmódico, depois de consultar o pediatra.

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