ESCOLA É ÓTIMO, MAS HÁ MUITAS COISAS QUE VOCÊ PODE FAZER PARA INSTIGAR O GOSTO PELO CONHECIMENTO. QUER SABER? VOCÊ PROVAVELMENTE JÁ ESTÁ FAZENDO VÁRIAS DELAS
Digamos que você queira ensinar seu filho tudo sobre a vida no oceano. Você: A. Leva-o a um aquário e ensina coisas sobre os peixes enquanto ele passa, entusiasmado, de tanque para tanque. B. Assiste a Procurando Nemo com ele (várias vezes). C. Faz seu filho decorar o nome de vários tipos de peixe e toma a lição todas as manhãs. Se você respondeu “A”, está no caminho certo para educar uma criança que vê o aprendizado como um desafio divertido, não uma tarefa chata. Todos nascemos com o instinto de explorar. Aproveitar a curiosidade natural do seu filho é a melhor forma de ensinar qualquer coisa. “É possível aprender com as atividades do dia a dia”, diz Judi Gentry, professora titular do Bank Street Family Center, de Nova York. “Deixe seu filho aprender enquanto está se divertindo. Leve binóculos ao parque e procure reconhecer os pássaros, ou mostre como calcular medidas enquanto segue uma receita de bolo”. Quando os pais forçam a barra, as crianças se cansam. Então, no lugar de enfatizar como se escrevem as palavras (“geladeira começa com G, viu?”) e reconhecimento de formas (“o telhado tem forma de triângulo, a janela é quadrada, o livro é um retângulo...", socorro!), siga o chefe, ou seja, os interesses do seu pequeno.
Repita. E repita. E repita
Como qualquer um que tem de ler a mesma história toda noite antes da hora de dormir (de novo e de novo) por semanas a fio pode atestar, crianças pequenas vivem a vida sempre em replay. Por mais tedioso que possa ser para nós, adultos, repetições constantes solidificam o conhecimento nas jovens mentes, diz Gentry. Não é à toa que as crianças podem ver o mesmo DVD todo dia. E, se a gente deixar, o dia todo. Alguns desenhos usam esse recurso para ensinar. Por exemplo, Pinky Dinky Doo, do Discovery Kids. Nele, a personagem escolhe uma palavra difícil, que não faz parte do vocabulário comum dos pequenos, e a repete em diferentes frases no decorrer do episódio. Funciona. “Para realmente absorver as coisas, as crianças precisam experimentá-las de novo e de novo, em uma variedade de contextos”, diz Gentry.
Aprender a contar, por exemplo. No decorrer do dia, há várias oportunidades de repetir os números com seu filho: “Vamos ver quantos degraus temos de subir até chegar lá em cima! 1, 2, 3...”. Conte o número de ervilhas no prato, balanços no parque, carros vermelhos na estrada... O que quer que você escolha para contar dará ao seu filho a oportunidade de praticar uma importante habilidade – sem decorar!
Aproveite os gostos dele
Seu filho pode ter alguma obsessão especial (dinossauros, princesas, carros, futebol), que está presente em cada desenho ou história que ele cria. Usar os assuntos pelos quais ele é fascinado irá aumentar sua confiança e manter acesa a faísca do aprendizado. “Apoie e estimule os interesses do seu filho”, diz Iris Chin Ponte, Ph.D, pesquisadora da Eliot Pearson School of Child Development na Universidade Tufts. Se gatos são a especialidade de seu filho, ele pode escrever as letras G-A-T-O ou M-I-A-U. Leia livros com histórias estreladas por gatos ou pesquise raças diferentes. Qualquer interesse pode servir como um portal para um espectro mais amplo de conhecimento. Não sabe bem quais são os interesses de seu filho? Sempre está em tempo. Tudo o que você tem de fazer é ouvir e prestar atenção.
Use suas palavras
A forma como falamos com nossos filhos influencia no jeito como eles se sentem aprendizes. Por isso, valorize não só um trabalho bem feito, mas também como ele se esforçou para aquilo, não importa o resultado. Em vez de dizer “bom trabalho!” ou “você consegue fazer isso – é fácil!”, tente algo como “eu acho que você está chegando perto – continue tentando”. Quando suas três filhas, de 4, 7 e 9 anos, ficam desanimadas, Barbara Glinka gosta de lembrá-las de conquistas anteriores. “Dou a elas um exemplo de algo que acertaram, e que levou tempo até fazerem bem, como andar de bicicleta; então, elas se lembram que nem sempre é rápido e fácil aprender uma coisa nova.” Tome cuidado com gráficos e outros sistemas de recompensa, como aquelas tabelas em que a gente cola adesivos para cada acerto. Ao contrário do que parece, eles não inspiram o desejo de aprender. E outra: por que oferecer um prêmio quando o que você quer estimular é o prazer ao realizar uma atividade? A realização e a alegria da descoberta que as crianças sentem quando dominam uma nova atividade já é motivação suficiente. Aprender é sempre uma delícia, não importa a idade. Você ficou orgulhoso de si ao conseguir finalmente dar banho no bebê sem tremer de medo de afogá-lo, é ou não é?
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