segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Entenda seu recém-nascido

As dúvidas aparecem assim que você recebe seu filho nos braços. Aqui você encontra respostas de especialistas às questões mais comuns das mães

Patrícia Cerqueira

 Fernando Martinho
O recém-nascido escuta?
Sim. Na barriga, o feto já ouve sons abafados. Fora do útero, a audição do bebê vai se acostumando às gradações do som – alto, baixo, grave ou agudo. E atenção: se ele não se perturba com ruí­dos, pode ter problema de audição. Fazer o teste da orelhinha no primeiro mês de vida tira qualquer dú­vida.

Ele já enxerga?
Sim. Se você colocar uma bola vermelha a mais ou menos 30 ou 40 centí­metros de distância dos olhos dele e mexer de um lado para outro, o bebê vai seguir o movimento com o olhar. Mas ainda tem dificuldade para enxergar imagens muito pró­ximas de seu rosto. A distância ideal para ele ver com nitidez é aquela entre o seio materno e o rosto da mãe. No momento da amamentação, ele enxerga seu rosto com bastante foco.

Quais motivos o fazem chorar?
O choro do bebê é a sua forma de comunicação e pode significar uma manifestação de desconforto: fome, calor, frio, dor, fralda suja, sede, sono, có­lica, alguma infecção ou inflamação, ou simplesmente uma expressão. No iní­cio, é difícil identificar as causas. Com o tempo, as mães aprendem. Vá por exclusão. Primeiro fome, depois fralda suja, frio ou calor, sono, e assim por diante.

Com que freqüência o bebê acorda à noite para mamar?
Cada bebê tem um ritmo. O mais comum é ser de três em três horas, todas as noites, durante todo o primeiro trimestre.

Devo acordar meu bebê para mamar durante o dia?
Antes de um intervalo de três horas entre uma mamada e outra, não é preciso. O ideal é não deixar mais de quatro horas sem leite. A falta de alimento diminui a taxa de açúcar no sangue e o bebê fica ainda mais sonolento. Depois da primeira semana, se estiver pesando bem, não há necessidade de acordá-lo na madrugada.

Dá para saber quanto ele mama e qual o tempo certo de ficar em cada seio?
Infelizmente, não é possí­vel mensurar a quantidade de leite ingerido do seio. Mas há indicativos da satisfação do bebê: a força da sucção, o esvaziamento do seio, o ganho de peso e, se ao terminar a mamada, ele fica tranqüilo. Quanto ao tempo, depende da orientação de cada pediatra. O ideal é ele conseguir mamar os dois seios ou esgotar pelo menos um, pois o leite final é seis vezes mais rico em gordura do que o do iní­cio, que tem mais água em sua composição.

Quando começam as có­licas?
As có­licas são imprevisí­veis. Costumam aparecer por volta do 15o dia de vida, mas podem surgir só no segundo mês. Talvez no final da tarde ou de madrugada. Cada vez mais os pediatras acreditam que uma sé­rie de fatores causa as dores. Desde a imaturidade do intestino até a insegurança e a ansiedade dos pais. Massagens na pequena barriga, colo ou panos aquecidos na região ajudam. Se estiver muito forte, o pediatra pode indicar algum medicamento. Costumam desaparecer até o final do terceiro mês.

Por que sobra um pedaço do umbigo, o coto umbilical?
Por questão de segurança. No nascimento, para cortar o cordão coloca-se um clampe, que estanca o sangramento. Esse clampe deve ficar a alguns centí­metros da barriga do bebê para não se soltar. O que sobra vai secar e cair, mais ou menos, em uma semana. Até que isso ocorra, deve ser limpo todos os dias com álcool 70%. Algumas maternidades o cedem.

Qual a razão de o cocô ter aparência de graxa?
É por causa do lí­quido amnió­tico, que ele ingere quando está na barriga da mãe. Com a amamentação, a flora intestinal vai se formando e o aspecto das fezes muda. Cuidado! Essa transformação leva algumas mães a pensar que o filho tem diarréia. Nada disso. São as fezes de transição, bem amolecidas.

É normal não fazer cocô todos os dias?
Sim. Cada bebê tem um ritmo intestinal. Se o seu filho não apresenta incômodos por conta disso, nada há para ser feito. O intestino encontra seu ritmo com o aleitamento materno, que tem poder laxativo.

Devo me preocupar com as marcas de nascença no rosto e na cabeça do meu bebê?
Essas marcas são chamadas de hemangiomas. Trata-se de um emaranhado de vasos sanguí­neos que ficam mais superficiais e desaparecem até os 7 anos de idade.

Bebês novinhos sentem mais frio do que a gente?
Sim. Tenha em mente que eles precisam de uma muda a mais de roupa do que os adultos. Transpiração na testa, na cabeça e em torno das orelhas indica que estão com calor. No verão escaldante, podem ficar apenas de body e fralda – não necessitam de meias ou cobertura.

Bebês têm dor de ouvido?
Muito raramente, apesar de os pais suspeitarem de que seja um dos motivos do choro do bebê.

Ele soluça?
Sim. E com bastante freqüência nos primeiros dois meses. Tudo por causa de uma imaturidade do diafragma. Pára quando o bebê mama.

Como é a primeira noite em casa?
Os bebês são muito sensí­veis a mudanças de ambiente. Quando deixam a maternidade, um lugar barulhento, muito iluminado e onde foram bastante manipulados, e vão para casa, podem estranhar. Alguns se agitam, outros ficam sonolentos. Carinho e palavras tranqüilas ao pé do ouvido ajudam o seu bebezinho a entender que está no novo lar, doce lar.

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