Uma alimentação adequada não traz benefícios apenas para o visual da gestante e sua maior comodidade nos últimos meses. Quando bem elaborado, o cardápio da grávida tem efeitos diretos sobre o peso do recém-nascido e sua capacidade física e mental. Do contrário, aumenta a possibilidade de um parto prematuro e o nascimento de bebê com baixo peso. Se você pensa que estamos falando em grandes revoluções, talvez a proposta não seja assim tão ampla. Neste caso, pequenos detalhes fazem mesmo a diferença. Para começar, que tal adquirir hábitos saudáveis, não só considerando este tempo de espera, mas para sempre? Mamãe nota dez Beba bastante água. Ativa o metabolismo, ajuda a digestão e a absorção dos alimentos pelo organismo. Sem reclamações: o ideal são 2,5 litros por dia. Quem transpira demais pode aumentar para 3,5 litros. No verão também vale o acréscimo. Sal com moderação. Não queremos dizer que o saleiro deva ir para o lixo, mas apenas que não vá para a mesa, o que convida ao excesso. Seu efeito sobre o organismo é cumulativo. Você abusa no primeiro trimestre e não acontece nada. Isto não significa que, no final da gravidez, não vá acontecer. Experimente! O sabor dos temperos. Tomilho fica ótimo em verduras e frangos. Louro combina com carnes e ensopados. Um pouco de erva-doce, sálvia e manjericão realça o sabor de sopas e saladas. Experimente um molho com iogurte desnatado, mostarda e molho inglês. É muito menos calórico do que a maionese tradicional. Esqueça! Salame, camarão, salsicha, azeitonas, bacalhau, paio, presunto, condimentos, molhos enlatados e o de soja. Glicose é necessária (mas quem falou só em doces?). Funciona como uma poderosa fonte de energia para o feto. Certas desse papel, as futuras-mamães precisam lembrar o quanto é prejudicial ao filho o seu jejum. Aquele que acontece quando resolvem fazer dietas sem acompanhamento médico. Experimente! O açúcar da batata-doce, dos biscoitos (sequinhos e sem recheio) e das frutas em geral. Esqueça! Para recompor a glicose, não é necessário comer doces em exagero. Prefira carnes brancas. São bem absorvidas pelo organismo, enquanto as vermelhas, especialmente as sangrentas, tornam-se difíceis de digerir. Faça isso e vai ver como diminui a azia. Coma muito peixe também. Além de carnes (250g por dia), ingerir outras proteínas em boa quantidade. Basta lembrar que 75% do peso seco das estruturas da maior parte de nosso corpo são constituídos por esta substância. Sua ação se concentra na construção dos tecidos e no crescimento do feto. Experimente! Tome 1 litro de leite desnatado, todos os dias. Queijo, iogurte, coalhada, também entram no cardápio. Ovo de galinha? Inteiro, duas vezes na semana: pochê, de preferência. Soja, castanha-do-pará, pescado e fígado são boas alternativas. Espinafre, feijão, beterraba: já comeu hoje? O ferro é o nutriente que transporta oxigênio das células maternas para as do feto. E, ainda um dos grandes responsáveis pela respiração celular e pelo desenvolvimento da placenta. Para facilitar a absorção desta substância vital, consuma alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão e frutas cítricas, em geral. Muitas vezes, na impossibilidade de se atingir a quantidade ideal de ferro via alimentação, o obstetra pode receitar uma complementação, através de comprimidos diários. Experimente! Também são ricos em ferro: vísceras (fígado e miolo), peixes, lentilhas, soja, agrião, trigo, aveia. Entre as frutas: jaca, laranja e banana. Vitaminas sim, mas ao natural. A B12 é indispensável na formação dos glóbulos vermelhos. Encontra-se na carne, no leite, nos ovos e peixes. A D atua sobre os ossos do feto. Grandes fontes säo o óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, fígado e queijos. A falência de vitamina E pode desencadear um aborto e malformações fetais. Portanto, abuse de aveia, fubá, germe de trigo, leite e seus derivados, ovos e banana. Experimente! Germe de trigo, alface, tomate, couve-flor e espinafre são ricos em vitamina K. Você vai se beneficiar de seus efeitos anti-hemorrágicos durante o parto. Esqueça! Saborosa e efervescente, a vitamina C tem forte apelo na propaganda. Não se deixe levar: o excesso pode atrapalhar a estrutura dos aminoácidos formadores dos tecidos do feto. Ainda mais que o ser humano é capaz de fabricá-la, a partir da ingestão de certos alimentos como bertalha, brócolis, couve, inhame, rabanete, salsa e frutas em geral. Deixe por conta do obstetra: cabe a ele orientá-la sobre a complementação de vitaminas e minerais. Cálcio e mais cálcio. Dentro ou fora da gravidez, auxilia na coagulação sangüínea. Junto com o fósforo, ajuda a formar ossos e dentes, atenua a fadiga muscular, defende contra infecções e contribui para manter o equilíbrio de ferro no organismo. Sua deficiência na gestação acarreta cáries, cãibras e inchaços. Está no leite e derivados, nos peixes, trigo, avelãs, amêndoas, feijão branco, soja e ovo. Experimente! Se você tem vômitos intensos, perde uma quantidade grande de potássio por dia. Para repor, nada melhor do que água de coco, laranja-lima, tomate, hortaliças e mel. Com este cardápio especial, certamente haverá menos queixas de mal-estar e fraqueza. |
Sylvia Leal
Consultoria: Dra. Lizanka Marinheiro, endocrinologista e nutróloga. Doutora em Saúde da Mulher pela Fiocruz/RJ
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